terça-feira, 30 de junho de 2009

Isto dos blogs - II


A única pessoa conhecida que sabe que eu tenho um blog é o meu marido.
Mas não lhe liga nadinha. Volta e meia vem aqui e lê, comenta qualquer coisita e tal…., mas rapidamente segue com a vidinha dele. Vida essa que em nada se prende com isto dos blogs.

Eu acho imensa piada não ter ninguém conhecido a ler os meus devaneios.

Não sei que imagem passo quando escrevo.
Não sei que imagem criaram de mim.

Não sei que olhos cruzam estas palavras e o que julgam quando as lêem.

Não sei que raio de pensamentos provoco, que tipo de vida me imaginam a viver. Não sei o que tem este blog para chamar a atenção.
Se é que chama.

Mas a verdade é que tão depressa sinto a minha curiosidade aguçada para saber o que vêem para além dele, como tão depressa não estou nem aí.

Às vezes dou por mim a reler o meu próprio blog e a pensar se ele é fiel ao que eu sou.

Sem dúvida.
Sou eu que estou aqui e que me entrego. Despida de tudo o resto. Despida de quem conheço. Despida sequer da vontade de ter um blog de sucesso.

Eu e as minhas verdades.
Eu e os meus sonhos.
Eu e as minhas fantasias.

Às vezes as minhas verdades rodeiam-se de fantasias, os meus sonhos assaltam as verdades, o meu eu esfuma-se com outro eu.
Mas em todos esses Eus estou-me a ser fiel e estou a ser eu própria, porque todos os dias eu sonho, todos os dias eu fantasio.

Essencialmente, e já o disse uma vez, eu escrevo para mim.

É a mim que me dá um gozo imenso escrever e manter este blog. Escrever coisas que sinto, por muito absurdas que possam ser, escrever palavras aleatórias às vezes, escrever sem pensar, ou pensar muito e só depois escrever. Vasculhar-me por dentro e largar…., sem querer saber onde caem as palavras. Acima de tudo elas caem em mim. Escrevo este blog e volto aos meus 14 anos e a um diário que religiosamente escrevia e fechava à chave.

Mas depois surgem vocês.
Os que me lêem. Os que me comentam. Os que voltam. E os que passam uma vez e me põem de lado.

Mas é mesmo assim. Se escrevemos num espaço que é público estamos desde logo sujeitos a uma apreciação. Todos nós fazemos as nossas selecções, todos nós só lemos aqueles que realmente achamos que nos transmitem algo, seja porque nos fazem rir, pensar, descomprimir, que de alguma forma enriquecem o nosso dia-a-dia, que de alguma forma mexem connosco.

Esse feed back é inevitavelmente bom. Já disse isto também uma vez. É bom saber que provocamos reacções. Bom e cativante perceber que desse outro lado parece estarem pessoas que até pensam como eu, …ou não, mas que me cativam, que pela escrita me atraem.

Não sei o que procuram neste blog.
Seja o que for que procurem, encontram-me a mim.