A noite já ia longa quando resolvi encontrar-te. Tinha andado à deriva pelos bares e ruas dessa animada Baixa do Porto, cruzando com amigos e amigas e muitas caras conhecidas entre essa onda de gente que ao fim de semana não se quer deitar, dando cor a essa artéria da cidade.
Por todo o pedaço de luz e de rua eu só tentava ver-te a ti…., espreitava em vão por entre cumprimentos e sorrisos e em bicos de pés tentava ver-te mais ao fundo.
Em vão…., e a minha ânsia aumentava à medida que consumia mais uma bebida por aí.
Deixei a Baixa. Algo me dizia que nessa noite não estavas por ali. Enfiei-me no carro e disse de mim para mim, "não Pi, não bebes mais, estás a conduzir, sozinha". … "prometo, prometo, nem mais nada".
Em vão…., e a minha ânsia aumentava à medida que consumia mais uma bebida por aí.
Deixei a Baixa. Algo me dizia que nessa noite não estavas por ali. Enfiei-me no carro e disse de mim para mim, "não Pi, não bebes mais, estás a conduzir, sozinha". … "prometo, prometo, nem mais nada".
Rumei para os lados da Foz. Carros e mais carros estacionados também por esses lados. Ambiente mais fashion, menos alternativo. Não, não vou parar por aqui, tu nem és nada de andar por aqui.
Segui, para parar um pouquinho mais à frente. Menos carros. "Já não importa, se não estiveres por aqui também não importa nada, agora preciso é de dançar".
Entrei pela discoteca dentro com um ar altivo, como se naquele momento voltasse aos meus tempos áureos de saídas nocturnas constantes. Aquela era a “minha discoteca”, e os gin tónicos bebidos davam-me aquela segurança para eu me sentir a rainha da noite.
Mal entrei olhei para o nosso bar, o do canto esquerdo, e tentei ver um vulto vestido de t-shirt preta. Nem dois segundos, o meu coração disparou e eu sorri. Não é que lá estavas tu de copo na mão??
Cumprimentaste-me com o teu sorriso que me faz ir ao céu e voltar, puseste o teu braço por cima do meu ombro e sussurraste-me algo que já nem me lembro. Perguntaste se eu queria beber alguma coisa e eu claro que disse que sim, …um gin tónico…e já lhes tinha perdido a conta, ...e entretanto começou a tocar aquela música, aquela mesmo que nós tanto gostávamos; era a festa do vinyl, e todas as músicas soavam a nostalgia e apeteciam dançar.
E dançamos. Dançamos até a noite acabar e eu dancei até não poder mais, e há noites assim que eu gostava que não acabassem porque sou feliz a dançar.
Dançamos um com o outro mas também dancei só comigo, soltando sorrisos e energias num pedaço de noite envolto de magia.
