segunda-feira, 18 de maio de 2009

Insustentável Leveza do Ser


E como quando vais ter com as tuas ondas, em todas as tuas conversas me transmites paz.
Conversamos ao vento e ao mar, em horas a fio perdidas, em que emanas esse bem estar com a vida.
Tão bom, assim quando te encontro, e quando tu me encontras e me dizes também, que essa tua paz vem também de mim.

Somos assim os dois, fáceis de agarrar o dia com um sorriso, incansáveis na procura de algo que não nos deixe adormecer no lado escuro da noite.

E tu falas-me das tuas viagens, das tuas aventuras perdidas por esse mundo fora, de todas as tuas conquistas e breves paixões; eu ouço deliciada e com uma pequenina inveja de não ser eu essa viajante constante….
Eu falo-te de livros, de exposições, daquela música fascinante e daquele espectáculo que não podemos perder. E também das minhas viagens, e de todos aqueles meus sonhos que ainda quero alcançar….

És tão tu com muito de mim, eu sou tanto de ti por todo o lado que passo.

Mas cada um de nós segue a sua própria vida. T
u segues a tua, eu sigo a minha.
E quando nos encontramos há este brilho nos olhos que parece que salpica a terra e que nós sabemos ser só nosso.

Por que não estamos juntos? perguntamos tanta vez, sabendo que a resposta se dilui com as ondas. Não sabemos responder. Não queremos. Já não podemos.
É esta nossa insustentável leveza do ser que só sobrevive em separado.
Somos tão iguais. Tão iguais que nos falta algo para além disso...somos tão do mesmo elemento, o do Fogo, tão Sagitário….

E sorrimos e olhamos fundo olhos nos olhos ambos escuros e sabemos que somos felizes mesmo assim. Que a nossa amizade é do tamanho do mar e que é em frente ao mar que somos felizes em nos encontrar.